Ser ou não ser (Des)atarefado?

Falta tempo. Talvez criatividade, também. Sempre fui bom para imaginar, mas nunca para expor a imaginação. Entretanto, treino arduamente para conseguir executar essa difícil missão. Não sei se o resultado é bom. Eu entendo, quase, tudo que eu quis dizer. Já não sei as outras pessoas. Espero que elas interpretem e reflitam para assim chegarem a sua autoconclusão. Ultimamente tenho inventado palavras. Não é que eu ache bonito, mas é o uso da imaginação. E eu treino isso, esqueceu? Pois é. É legal. Tente fazer isso. Você será taxado, no mínimo, de desatarefado. Faça o que eu digo e, somente agora, faça o que eu faço. Criei um clichê. E todos os clichês tem sentindo. Quer ver? Pegue um como exemplo e compare com a vida. Com certeza, se encaixará nem que for o mínimo do mínimo. Entretanto, gente atarefada substitui expressões. Por exemplo, "como vai" tornou-se "eu te amo". E "tudo bem" transformou-se em "eu também". Agora você entende o uso de tantos "eu te amos" e "eu tambéms". Com o passar do tempo as pessoas ficam mais atarefadas e a língua tem que se adaptar a seus emissores. Desvendei um elo que fez muitas vítimas não é? Pois é. A gramática do século XXI é moderna tal como as suas pessoas. Entretanto, existe um grupo de desatarefados que usa as expressões em seu sentido literal. Por exemplo, eles dizem "como vai" como "como vai". Ficou estranha a frase né? O "eu te amo" é o coração quem diz. E o "eu também" nada mais é que a resposta do outro coração. Às vezes é difícil achar pessoas desatarefadas. Pois a modernidade engole tudo, principalmente, valores e princípios. Hoje é bonito fazer pessoas sofrem. Odiar uns as outros é prazeroso. E por aí vai. Especialistas dizem que é normal essa mutação humana. Não concordo. Porém, não venho aqui condenar os atarefados. Muito menos cruxifica-los. Venho aqui para dizer a seguinte expressão, "eu ainda tenho fé que tudo vai mudar". E isso não tem tradução, pois está no sentindo literal, afinal eu tento ser desatarefado todo instante.